Série/Coleção: Crônicas de Artur
ISBN: 8501061182
Autor: Bernard Cornwell
Tradutor: Alves Calado
Ano de lançamento: 2004
Editora: Record
Páginas: 518
Tempo de Leitura: 6,3h
Classificação:
“Hoje tenho pensado, então, nos mortos”.
A citação acima é do narrador Derfel, personagem de
Cornwell nas Crônicas de Artur. Tal citação resume adequadamente boa parte do
livro. Dado que a narrativa parte da premissa de que apenas o personagem Lorde
Derfel Cadarn e o bispo Sansum – chamado de “Santo” atualmente e já nomeado de
coisas bem piores – sobreviveram à era arturiana.
Como segundo livro da saga, o autor continua a trama a
partir - razoavelmente – da Batalha do Vale do Lugg. Digo razoavelmente já que
há divagações sobre a época do Samain para introduzir o leitor na ideia dos
mortos e sua relação com este conhecido nas lendas arturianas – e
posteriormente também.
A saga continua na busca de Merlim pelas doze relíquias
fornecidas pelos deuses que podem restaurar o domínio destes sobre a região da
Bretanha – obviamente que Cornwell adicionaria um elemento surpresa: a décima
terceira relíquia que se assemelha às sugestões, como de Bradley, do Graal.
Aqui a relíquia é denominada o Caldeirão de Clyddno
Eiddyn – sim, a nomenclatura pode parecer anômala inicialmente, mas esta
completamente contextualizada no livro.
A busca do caldeirão torna seus perseguidores famosos e
lendários dado a “magia” envolvida. Por
qual motivo magia esta entre aspas? Explico. Desde o primeiro livro da saga –
Rei do Inverno – o autor, Bernard Cornwell, magistralmente reúne elementos que
aparentemente seriam tidos enquanto sobrenaturais, contudo são uma reunião de
elementos que dão, ao incauto e supersticioso, a ideia de feitiçaria.
Ainda com relação à feitiçaria, apresentam-se novos
personagens. Os irmãos que se denominam druidas de um novo tipo: reúnem a magia
druida com conhecimentos cristãos. Isto é um fator que os deixa em embate com o
grande druida Merlim.
Os irmãos druidas – netos do druida que jogou o narrador
Derfel no poço da morte – agora servem a Lancelot em sua nova função. Contaria
mais sobre a quem mais eles servem, mas seria spoiler. Então deixo a excelente surpresa para os leitores.
De modo geral o livro parece que vai relatar muito sobre
Merlim e Nimue, mas ele se foca na jovem – no sentido de ingênua – ideia de
Artur em juntar as pessoas sob juramento de lealdade e amizade – ora por
Mordred, ora pela sobrevivência da Bretanha. Quanto ao mimado rei Mordred,
finalmente este se torna rei efetivo e – espatem-se! – só piora as coisas.
Então, poderia resumir o livro num triângulo sobrenatural:
Lado 1) Merlim/Nimue em busca da retomada do poder dos deuses antigos, Lado 2) Guinevere
erigindo a crença em Isis e Lado 3) Sansum/Lancelot promovendo o cristianismo.
Artur esta de pé, no meio deles – na figura que tento repassar aqui – lutando
para reunir todos na ideia de “um bem maior”: a própria Bretanha. Dado a isto,
provavelmente, o título deste livro: O inimigo de deus. Apesar do apelido
apresentar uma conotação contra o deus cristão, ele, Artur, também se ergue
contra os outros.
“Mordred coxeou para o interior do salão e os seus olhos
pequenos traíram o seu ressentimento pela ausência de acolhimento”.
A citação 2 diz respeito à brevidade da descrição das
características do Rei e serve como premissa para compreensão da necessidade de
aprendizado de auto-controle.
Adianto que um grande amor é desmascarado fantasticamente
nesta obra.
A obra, então, merece louvor e glórias. 5 estrelas para este excelente livro.
Fonte da imagem: http://www.record.com.br/images/livros/livro_PTFThQ.jpg
A obra, então, merece louvor e glórias. 5 estrelas para este excelente livro.
Fonte da imagem: http://www.record.com.br/images/livros/livro_PTFThQ.jpg
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