Neuromancer de William Gibson

terça-feira, 1 de abril de 2014 0 comentários

Título: Neuromancer
Série/Coleção: Trilogia do Sprawl
ISBN: 9788576570493
Autor: William Gibson
Tradutor: Fábio Fernandes
Ano de lançamento: 2008
Editora: Aleph
Páginas: 312
Tempo de Leitura: 4,2h
Classificação: 

Definitivamente sou fã de Cyberpunk. O livro me conquistou. Futuro sombrio, alta tecnologia, descrição de personagens dark e com linguajar "das ruas". Tudo reunido num livro só - que eu tive a sorte de comprar adequadamente no início do ano passado na Saraiva de São Paulo. Pelo que pesquisei não é encontrado facilmente hoje em dia.
O encadeamento pode parecer inicialmente confuso e com detalhes - há referências a notas que são importantes para compreensão do contexto. Contudo não te deixa enganar, os detalhes são deveras importantes. Por isto levei mais tempo do que costumo levar.
Vamos à obra.

A maioria das resenhas que li, incluindo a sinopse no site da editora, começa com a Matrix, um mundo cibernético no qual há construtos que imitam a existência material humana. Contudo prefiro começar falando de Case, o protagonista em sua busca pela retomada de sua habilidade restringida: readquirir o acesso à matrix e aos seus "poderes" de cowboy - compreenderás melhor ao ler o livro sobre esta função que não é ser meramente um hacker.
Esta possibilidade somente surge com o aparecimento de entidades [SPOILER/] reais e/ou fruto de maquinações de uma Inteligência Artificial [/SPOILER] que irão a) contribuir ou b) dificultar a vida do anti-herói. Viciado em diversas drogas e atualmente assassino de aluguel o livro mostra a decadência, quase-ascensão e romance de um sujeito treinado pelos melhores na área do hackeamento, contudo tem seus "poderes" perdidos.
Áreas sombrios habitadas por entes que passaram por cirurgias e agora portam devices (dispositivos em bom português) que lhes permitem ter habilidades apreendidas automaticamente quando de posse de uma cabine adequada. Sim, lembra a trilogia Matrix, mas é muito melhor!
Sem lutas ao estilo do filme, o livro sugere a periculosidade dos personagens pela extensão e profundidade das cirurgias realizadas no submundo de um Japão cibernético e responsável pela elaboração do que poderia ser concebido - mas não é mencionado pelo autor - enquanto um "andróide".
Quem chega mais próximo desta descrição são dois personagens: Molly - a paixão avassaladora número 2 de Case, e o "samurai" delineado para a defesa de 3Jane.
Entre criogenia, garras à lá Wolverine em Molly, aparecimento de hologramas, plugs intracranianos e mortos-vivos-na-Matrix - Deus ex machina! - surge um anti-herói que leva às últimas consequências a recuperação de suas habilidades restringidas após alguns erros no passado.
O autor, que li pela primeira vez, é detalhista quanto aos personagens, diferente dos outros posts deste blog até o momento, dando a impressão de não conhecermos apenas as feições, pensamentos e trejeitos de Case e Molly, mas de habitar suas peles, predizer comportamentos - sem ser previsível completamente - e analisar situações.
Imaginei por quatro vezes, pelo menos, Molly ao lado de Trevize na Trilogia Fundação - que diferença enorme faria à escolha do herói derradeiro da espécie a presença avançada, desinibida, sensual e cheia de recursos não-telepáticos da moça de olhos vítreos, Molly, à saga inteira de Asimov? Mas estamos tratando de Gibson, não Asimov.
Aí vamos à capa, como nos dois posts anteriores. Ela mostra Molly que, em contrapartida a Linda Lee, paixão número 1 de Case no início da saga, mas não na vida, que, decidida, protege o anti-herói e lhe serve [SPOILER/] de receptáculo em alguns momentos [/SPOILER] ao enfrentamento de dois grandes personagens [SPOILER/] e inteligências artificiais Wintermute e Neuromancer, um mestre no improviso e resolução de problemas, outro na personificação e reflexão [/SPOILER].
Recomendo fortemente para quem é fã de ficção-científica, mesmo que não tenha se aventurado pelo terreno do Cyberpunk, Steampunk ou Dieselpunk.

Fonte da imagem: neuro_frente_alta.jpg

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