2010: Uma Odisséia no Espaço II, de Arthur C. Clarke

quinta-feira, 1 de maio de 2014 0 comentários


Título: 2001: Uma Odisseia no Espaço II
Série/Coleção:  Uma Odisseia no Espaço
ISBN: 8520911862
Autor: Athur C. Clarke
Tradutor: José Eduardo Ribeiro Moretzsohn
Ano de lançamento: 1982
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 364
Tempo de Leitura: 4,1h
Classificação: 


Procurei arduamente o livro impresso para aquisição. Só achei em sebos do Estante Virtual. Encontrei um site, indicado por um colega-de-leitura da comunidade Nerds & Encrenqueiros do Goodreads.com o site Lelivros. O site mostrou-se um achado primoroso. Desta forma, baixei a coleção completa, incluindo o primeiro lançado pela Aleph (2001) e já descrito neste (nada humilde) blog. Apresento minhas impressões sobre o livro e não sobre o filme, cujo nome é 2010: O ano em que faremos contato, do diretor Peter Hyams e roteirizado pelo próprio Clarke e pelo diretor citado - parece mania de Clarke atrair diretores para o mundo da escrita.
Não vi o filme. Então não irei fazer (as sempre odiosas) comparações.
Depois desta apresentação do histórico de chegada ao eBook - cujo eReader que utilizo é o KoboGlo - buscarei ser justo quanto aos comentários.
Seria chocante a mudança do ambiente de Saturno para Júpiter, caso eu não tivesse assistido ao filme 2001: Uma Odisséia no Espaço, de Kubrick. Obviamente que isto destrói completamente o uso de Júpiter para alavancar a Discovery em direção a Saturno, contudo a órbita do planeta anelado ainda é útil neste livro.
Diferente do livro 1, 2010 não tem uma empreitada americana enquanto o foco. Sob comando de Tanya Leonov, a espaçonave cosmonauta Alexei Leonov atravessa em direção 1) ao resgate da Discovery, 2) obtenção de maiores informações sobre o problema que levou HAL 9000 a cometer os erros e assassinato da tripulação, 3) se possível reintroduzir Discovery, sob comando de (um possível recuperado) HAL, 4) investigar o monstruoso monólito relatado pela missão anterior. Ainda como objetivos secundários 5) ir ao encontro do monólito e, finalmente, 6) pesquisar Júpiter e seus satélites, caso haja compatibilidade com os objetivos anteriores.
Com um dos personagens já há familiaridade, Dr. Heywood Floyd. Lembras daquele sujeito que foi à Lua para obtenção de informações sobre o monólito que enviou o sinal em direção a Saturno? Obviamente no livro 1 (2001) isto ocorreu. Agora na empreitada russa, os EUA introduzem o Dr. Floyd na missão de improvável retorno.
Adiciono a admirável descrição do personagem Dr. Chandra. Ele é recoleto, centrado e (coerentemente, na minha opinião) voltado aos computadores mais que aos humanos. Ele teria a função de encontrar a problemática e resolvê-la para dar a HAL o domínio da Discovery para retorno à Terra.
Com o passar do tempo apresentou a manobra chinesa da Tsien - nave que antes era considerada um satélite chinês - para chegar antes à Júpiter e a Europa, lua de Júpiter, onde havia bilhões de litros de água que serviria como combustível para abordar a Discovery, e posteriormente o monólito. Contudo a tarefa não é cumprida. Um enorme organismo vai ao encontro da nave e destrói Tsien. "Há vida no Europa!", dizia o professor Chang, vagando lentamente pelo espaço depois de presenciar e escapar da destruição de sua nave Tsien. A vida ainda se apresentava (razoavelmente) complexa, pelo visto. Provavelmente daí o nome "O ano que fizemos contato" do filme de 1984.
Clarke ainda apresenta a agora entidade interlagaláctica que antes era Dr. Bowman, protagonista do primeiro livro e transformado em um ente de energia. Ele buscava respostas na Terra e ainda parecia buscar informações pelo planeta, coordenado por outros entes de maneira indireta. Isto servirá para comprovar que existe algo "estranho" com relação ao Dr. Bowman que se apresenta a HAL 9000 - depois de recuperado - e ao Dr. Floyd numa apresentação admiravelmente bem descrita. Imaginei as partículas se juntando e formando uma imagem humana, com traços levemente espaçados contra o observatório da Discovery. Clarke esta de parabéns pela descrição desta cena, em especial.
Mas o aparecimento do Dr. Bowman não foi suficiente para ajudar Leonov ou Discovery. Outras provas eram necessárias, e o aparecimento desse na Terra ajuda a diminuir as dúvidas. Leonov parte com a ajuda da Discovery quando o monólito faz algo inesperado [SPOILER/]: some e se transforma em milhões de monólitos menores![/SPOILER].
Existe ainda a narrativa do aparecimento de um novo astro no nosso pequeno sistema solar [SPOILER/] e um novo planeta habitado [/SPOILER]. O aviso dado na Terra após os acontecimentos no distante Júpiter, e luas, me lembrou Fim da Infância e o espanto com a existência comprovada de uma inteligência para além da humana - como se HAL e SAL 900 já não fossem suficientemente alienígenas.
O livro finaliza narrando o desenvolvimento de uma cultura com mitos e crenças fora da Terra, bem como de um protetor eterno, distanciado e (sempre) observador: um novo monólito.
Desta forma o livro merece completamente as cinco estrelas que informei acima. Espero que o livro mude a opinião de algumas pessoas que classificavam Clarke como "soft sci-fi". Ele demonstra uma complexidade de informações científicas enorme em descrição de ambientes, manobras espaciais e interação de energias. Defendo, então, que Clarke é "hard sci-fi".
Não apresentei minha interpretação da capa, já que é evidente ao final do livro. Então, fica a surpresa ao leitor!

Ps: levei semanas para postar no blog dado que me dediquei à leitura, mais que à escrita. Não somente de ficção, mas de leitura de epistemologia, que postarei em breve. Mas o que me cativou depois de sci-fi foi Cornwell: O rei do inverno, livro 1 das Crônicas de Artur - que também li em eBook. Este livro será alvo da minha próxima resenha.


Fonte da Imagem: cover14-400x600.jpg

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